terça-feira, 2 de novembro de 2010

A tal felicidade

Temo pela busca extrema da felicidade, quando o objetivo torna-se maior e muito mais importante do que tudo o mais, passando por cima até das nossas convicções, quando o objetivo cego de ser feliz faz-nos transpor a linha do que eu posso e devo fazer e do que irá me levar exatamente ao lado oposto.

A satisfação plena dos nossos desejos não nos traz a tal felicidade. Ou talvez, até a negação da satisfação em favor de um objetivo mais nobre seja mais eficaz no cumprimento dela.

Hoje fala-se muito em ser feliz e para isso dão-nos muitas receitas. A maioria delas nos sugerem fórmulas onde devemos ir pelo caminho dos nossos desejos. Nossos desejos são visões embaçadas. Esse caminho certamente se tornará fácil pois tudo o que fizermos será justificado pelo fato de estarmos a buscar a nossa tal felicidade, não importando como o nosso próximo se sinta.

A felicidade não está acima do amor. Aquele que ama sabe conter-se. Aquele que ama conhece seus limites. Aquele que ama procura o interesse e a satisfação do outro e não o seu próprio. Estaria aí quem sabe o segredo dessa tal felicidade.